Quero compartilhar com vocês uma reflexão que a fala de Sr. Miguel me trouxe.
Estávamos somente eu, Miguel, Yaya e Virginia na chamada e tinhamos acabado de ler meu texto desta noite. Ele disse que talvez eu pudesse estar saindo da minha zona de conforto, já que os outros textos tinham sempre uma vibe mais feliz, positiva. Com isso, entrei a fundo em minha mente e revi meus passos, falados, trejeitos... Já havia percebido algo assim antes, mas de um tempo pra cá — um ano e meio? —, creio que eu esteja fungindo bastante dessa tal zona de conforto. Experimentando, arriscando, sendo. Me lembro de que, quando eu ainda ia pra escola (saudades aula presencial), sempre ao me arrumar pra sair, escolher minhas roupas, sapatos, um pensamento lá no fundo de mim perguntava: "Quem eu quero ser hoje?"
Dependendo do brinco, do tênis ou do moletom que eu usava, algo em mim mudava. Claro, eu não mudava do tipo de sair por aí chutando bundas de criancinhas ou gritando com vovós. Era eu, mas um outro eu. E esse outro eu mudava não somente o estilo de roupa, mas também o jeito de pensar, as vezes até de agir. Detalhes, pequenos detalhes que só alguém que me conheça muito bem — ou seja, eu — percebe. Louco, né? Enfim, artista.
E ao escrever não é diferente. Principalmente nestas oficinas, ando inventando de tentar mudar a cada dia. O que me diz como será o texto do dia são variadas nuances da vida, desde sentimentos próprios, momentos, sonhos, até o que o sussurro do céu me diz ou o que aquela música me traz. Eu vou oscilando. Aliás, ano passado escrevi muitos textos tristes, até porque acho que a tristeza é algo muito inspirador, mas esse ano é outro e todos aqueles fatores que citei ali atrás são novos. E é uma festa só.
Uma das melhores coisas que as nossas oficinas estão me trazendo — além de, obvio, amizades incríveis que pretendo levar pro resto da vida, coração quentinho e inspiração — é essa oportunidade de mudança quando tudo parecia ser igual demais. Sou muito grata. Cada comentário, cada "e se...", cada texto escrito, cada leitura, cada palavra e gestos e sorissos nas oficinas me inspiram e me abrem a um leque infinitos de possibilidades que eu, sozinha com meus textos e leituras, nunca conseguiria enxergar.
Posso ser muito emocionada/intensa/apaixonada, mas estou levando cada um de vocês no coração.
~ Laura