"Eu não sei quem eu sou.
Mas sei que essa tal de Laura pelo qual me apresento, ama muito tudo isso que vem me acompanhando desde o momento em que abri os olhos. E é curioso como às vezes tenho a impressão de me ver em livros, palavras, cores, sentimentos, chocolate, café e música. Mas no final — que ainda não chegou, mas se chegou, não vi que aqui está a me encarar, como se o mundo não fosse acabar esta noite —, nada disso sou eu."
Isso é um pedaço de um texto que fiz há algum tempo. Mas independentemente da resposta sobre quem sou, há coisas que eu sei que fazem parte. Só isso. Fazem parte. Do que? Não faço ideia. O universo é feito de interrogações pra mim. Mas existe alguns momentos que só são certos, só parecem certos, só sinto que são... E são esses momentos que me fazem pensar que a vida vale a pena. Eles ficam gravados na minha mente, coração e alma e sempre ao me lembrar deles eu sei. Só sei. E, olha, ter certeza nunca foi o meu forte.
Eu comecei a viver tem pouco tempo. Sou praticamente uma recém nascida, na verdade. E durante grande parte do tempo, passei o tempo tendo uma relação complicada com o tempo. Não gostava de como ele era invencível, imprevisível, imparável. De como ele é contraditório, ao mesmo tempo ensina e mata. Inimigo e professor. E acredito que comecei a escrever para enfrentar ele. Dizia que escrevia porque toda vez que alguém lesse ou ouvisse o que a Laura do passado escreveu, ela iria renascer e, quem sabe, acompanhar a jornada do individuo sendo carregada no coração. Imortalidade, contar histórias trás isso, de um jeito mágico e fantasioso.
Hoje estou a um dia de ter "vivido" 5844 dias. Acredito que todas as Lauras de todos os segundos anteriores a este exato momento teriam orgulho de quem eu não sou. De quem nós não estamos nos tornando. E se eu pudesse encontrá-las, em algum Café, em um encontro não marcado, diria a elas que nada faz sentido, mas às vezes, só é. Diria a elas que me esbarrei por aí com essas afirmações sem sentido e que foi exatamente nelas que encontrei sentido.
E, claro, elas não entenderiam nada. Mas tudo bem. Pressa é uma coisa que aprendi a não ter. Certezas também.
Mas, enfim, o que quero dizer com tudo isso é que vocês me trazem certezas sem sentido.
Fico grata.
~ Laura...?
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