sexta-feira, 25 de setembro de 2020

"escrever de castigo e escrever de bagunça"

 escrever de castigo e escrever de bagunça 

  Frase de Meliny Bevacqua

 


  Esse curso vem dando asas pras minhas escritas de bagunça, de bagunça boa.

  Daquelas escritas que fogem do castigo das redações e trabalhos escolares; daquelas genuínas que escrevo por paixão, por vontade; de bagunça. Bagunça organizada que é se permitir se expressar, que é se permitir ser vulnerável meio desconhecidos (cada vez mais conhecidos, graças a Deyse cada vez mais conhecidos!) . Bagunça bonita que é ser arteira, ser criança, ser jovem, ser livre. 

  Obrigada turma, por darem asas pras escritas de bagunça. Por aplaudirem, por apoiarem, por acolherem com toda sinceridade em vocês minha bagunça interna que se transformou em palavras.

  Que espaço lindo que estamos construindo,  que estamos cultivando. Que bagunça organizada, linda e necessária! Deixo aqui minha gratidão por cada um de vocês, e meu desejo de conhecer a bagunça de cada um de vocês, lindes escrevedores. 

-🐢



Incrível, incrível

Sinceramente, eu estou AmANDo essa turma! Ter feito a inscrição para a oficina foi a melhor escolha que poderia ter tomado. Cada reunião me traz tanto aprendizado, tanto sentimento... é incrível. Sabe, tem certos momentos que me trazem uma enorme vontade de "dominar" o mundo. De sair correndo pela noite. De ver tudo, aprender tudo e aproveitar tudo o que der e o que aparentemente não der também. Nossas reuniões sempre fazem essa chama aumentar. Então... obrigada.

E, poxa, como vocês são talentosos! Não gosto muito de usar a palavra "talento", mas enfim... Eu sei que vou ficar com muito orgulho ao ver o que o futuro reserva pra vocês. Vou olhar vocês tendo sucesso na vida e pensar: "EU coNHeÇo elx HAHAHAH.".

E eu já falei isso, mas vou repetir, a gente PRECISA marcar de se encontrar quando essa pandemia acabar. 

Super empolgada pelo o que estar por vir e super orgulhosa pelo o que já foi,
~Laura

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Sobre os últimos encontros

Venho para o cantinha de cá, dizer sobre estes últimos encontros. 


Impressionante como estamos nos encontrando nos textos dos companheirxs. Cada novo texto lido mostra a potência e a dedicação pela escrita de cada um e a capacidade de conversa entre os escritores. 


Estou infinitamente curioso pelos próximos encontros. Quero muito conhecer e entender até onde chegaremos. 

Um forte abraço.
Raul. 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Terceiro encontro (exercícios experimentados - 17/09/2020)

O terceiro encontro da nossa oficina-experimento aconteceu na última quinta, 17 de setembro. Abrimos os trabalhos compartilhando os textos nascidos a partir do enunciado UM DIÁLOGO ENTRE DUAS PARTES DO SEU CORPO. Após cada leitura, numa espécie de roda de conversa, _s ouvintes são convidados a dividir com o grupo suas impressões a respeito do texto apresentado: "quais aspectos da dramaturgia criada pel_ colega chamou mais sua atenção? Quais conexões/associações são possíveis de ser feitas por meio dessa pequena-obra? Quais questões apresentada pelo texto você destacaria?" - são essas algumas perguntas que guiam nossas trocas.  Podemos também recorrer ao uso do "e se" para sugerir alguma mudança no texto apreciado¹. 

Como condutor, noto que _s participantes têm amadurecido a cada encontro. A escrita do coletivo já revela diferentes texturas, possibilidades de entendimento e familiaridade com alguns elementos básicos do texto dramático. Não que esse seja nosso foco - a escrita dramática. Mas optei por ter o texto dramático como ponto de partida. Por tanto, tenho proposto exercícios de escrita afinados com os elementos do drama (diálogos, personagens, enredo) para, na sequência,  experimentarmos outras estratégias de escrita, desvios e desconstruções. 


Ao longo das trocas, usou-se muito a expressão "esse é um texto fácil, leve..." (de ler, de entender, de ouvir...)  A uma certa altura propus que encontrássemos outra forma de adjetivar os textos. "Fácil" estava começando a soar como "legal". Perguntei: "quando vocês dizem "fácil" vocês querem dizer..."

O Veec,então, sugeriu:

"Tem um fluxo fluído..."

E o coletivo compactuou com essa definição. 

A seguir, alguns textos escritos e compartilhados na última quinta:

(A Laura observa a paisagem enquanto o sol se põe. O coração, animado e rapidamente, diz
aos olhos.)
Coração: Olha, olha! Veja que liiindo! É tão bom! É tão bom viver! Veja lá! Veja cá! Taantaa
coisa!
Olhos: Calma! Não consigo ver o mundo inteiro de uma vez só, cê sabe né?
Coração: Olha, saber eu sei... Mas quem disse que eu aceito haha.
Olhos: Pois devia. Eu não vou conseguir ver tudo antes de ver a morte chegar, é fato.
(Coração diz primeiramente com o tom decepcionado e depois esperançoso)
Coração: Ah, mas... e se você correr??
Olhos: Não adianta, não sou Perna nem Pé. Sou devagar quase parando. E a gente já tentou,
não se lembra?
Coração: Isso de lembrar é trabalho do Cérebro, não meu.
Olhos: Ora, mas então você não se lembra de nada?
Coração: Me lembro sim! É claro.
Olhos: Do que?
(coração suspira)
Coração: De que amar é bom e a vida é linda...
(olhos reviram)
(Alguém chega perto da Laura. Olhos sussurra)
Olhos: Você está vendo isso?
Coração: Ai papai, apaixonei...
Olhos: Mas que lindo par de olhos. (Olhos se dirige ao par de olhos da outra pessoa) Oi chuchu,
vem sempre aqui?
(Extensos instantes)
Coração: Olhos, ei! Olhos!
(Olhos sai do transe)
Olhos: Oi! Oi! Que foi?
Coração: Sabe aquele papo de se apressar?...
Olhos: O que tem?
Coração: Esquece, tá? Vai devagarinho mesmo, quaaase parando... Nem precisa ver o mundo
inteiro mais não... Mas foca BEM nesses olhos castanhos aí, fechou?

Texto escrito pela Laura.

 

 

CÉREBRO e ÚTERO

 

ÚTERO: Hum. Hum.

CÉREBRO: Que?

ÚTERO: Hum?

CÉREBRO: É o que?

ÚTERO: Hum hum?

CÉREBRO: Não entendo você. Na verdade, nunca entendi.

ÚTERO: Hum. Hum.

CÉREBRO: Na verdade, você não deve me entender também. Mas ao contrário de você eu consigo notar esse desencontro. Por exemplo, não sei se os animais percebem que não os entendemos.

ÚTERO: Hum hum hum.

CÉREBRO: Você poderia estar dizendo milhões de coisas pra mim. Mas o que eu entendo? Nada.

ÚTERO: Hum?

CÉREBRO: Nada.

ÚTERO: Hum. Hum.

CÉREBRO: Além disso você é muito pouco comunicativo. Só escuto você quando está se comprimindo.

ÚTERO: Hum hum? Hum hum hum hum.

CÉREBRO: Você sabe que hora... Eu não preciso falar... Você entende melhor que eu.

ÚTERO: Hum hum?

CÉREBRO: Sim, sim. Estou admitindo. Nem sempre cumpro minha função. Você não sabe o quão difícil é entender tudo. Às vezes não entendo nada.

ÚTERO: Hum.

CÉREBRO: Nada.



Texto escrito pela Sofia Rosi.

 



Vesícula e fígado



Vesícula: (cabisbaixa) Tenho uma má notícia para te dar.

Fígado: Má? (em tom irrelutante) Não, não quero.

Vesícula: Não?

Fígado: Não gosto de más notícias.

Silêncio.

Fígado: (irritado) Ora, vamos! Fale!

Vesícula: (confusa) Você tinha dito que não queria!

Fígado: Você sabe que não me aguento de curiosidade.

Vesícula: Bem... Vou embora.

Fígado: Embora? Que bobagem, embora pra onde?

Vesícula: Vão me remover. Eu adoeci.

Silêncio por um longo momento. Então, Fígado explode em risadas.

Fígado: Como você é boba!

Vesícula: Estou falando a verdade.

Fígado: (hesitante) Adoeceu?

Vesícula: Sim. A má alimentação me deixou dessa forma.

Fígado: (incrédulo e revoltado) A má alimentação não é culpa sua, e você será removida? Como isso é justo?

Silêncio enquanto a Vesícula reflete.

Vesícula: Bem, justo talvez não seja. É realmente triste que a ação do outro tenha efeitos negativos em alguém inocente, mas somos um todo. É assim que as coisas são.

Fígado: E o que acontece se você ficar?

Vesícula: Ora, meu amigo. Estamos juntos há tantos anos, praticamente colados, vivendo e trabalhando juntos. O que você acha que aconteceria?

Fígado: Bem, eu não sei.

Vesícula: Eu adoeceria você.

Silêncio longo, pesaroso, saudoso.

Fígado: Isso não é justo. Ficarei sozinho.

Vesícula: (otimista) Mas saudável.

Fígado: Saudável, mas não feliz. Qual é o ponto?

 Texto escrito pela Amanda Costa


(pensei ao ler/ouvir os exercícios: propor enunciados que demandem mais descrição da "ideia teatral" vislumbrada pel_s jovens. por ora, por ora, demandar uma escrita com com mais riqueza de detalhes da cena imaginada. )

Por fim, iniciamos um novo exercício de escrita. Conto o enunciado dele e apresento as dramaturgias geradas a partir da proposta no post a seguir. 




______________________________

¹ estratégia cunhada pelo dramaturgo-pedagogo Jean Pierre Sarrazac. SARRAZAC, Jean Pierre. A oficina de escrita dramática. Trad. de C. dos S. Rocha. Educação e realidade. Rio Grande do Sul, v. 30, n. 2, p. 203-215, jul-dez 2005.

A PORTA E A JANELA

  A Porta e a Janela

(Isabella Antunes)


(Interior de um quarto, com algumas caixas de mudança. O cômodo possui uma janela e uma porta).

JANELA: (Indignada) Ele sempre te abre, não está cansada disso? 

PORTA: (Incerta) Não tem importância, (Breve silêncio) ele precisa passar.

JANELA: Você gosta disso? Alguma vez você deu permissão a ele?

PORTA: Não, mas você também é aberta, não é?

JANELA: (Abatida) Sempre.

PORTA: (Curiosa) Não está cansada disso?

JANELA: Claro que sim. Eles me abrem para observar meu exterior.

PORTA: Exterior?

JANELA: (Um momento de silêncio) Sim, o interior já tomaram.

PORTA: A casa?

JANELA: Sim.

PORTA: (Melancólica) Eles passam tanto por mim que estou rachada.

JANELA: (Enfurecida) Eles sempre batem à porta, não é?

PORTA: Na porta.

JANELA: (Morde os lábios, indignada) No final das contas, fomos feitas para sermos abertas.

PORTA: Pois é, sempre nos fazem acreditar nisso, (Confiante) mas eu quero estar fechada.

JANELA: E sua maçaneta funciona?

PORTA: (Deprimida) Não... Não fecho mais.


texto escrito a partir do exercício 01 do segundo encontro.

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Segundo encontro: exercícios experimentados (14/09/2020)

 Primeira proposta:

Diálogos (im)possíveis

ELENQUE duas figuras que (im)possivelmente protagonizariam um diálogo.


Algumas duplas imaginadas:

PORTA E JANELA;

FREIRA E SATANISTA;

VÍRUS E PANDEMIA;

COR ROXA E PÊSSEGO;

DALAI LAMA E HITLER;

FIDEL CASTRO E BOLSONARO;

MENINO PRETO E POLÍCIA.


Segunda proposta:

Leitura de fragmentos de textos teatrais estruturados com diálogos:

lemos duas cenas de um texto que escrevi, chamado JOÃO E MARIA

e também uma cena de  A CANTORA CARECA, de Eugène Ionesco. 


Terceira proposta:

Desenvolvimento dos diálogos (im)possíveis travados pelas figuras elencadas no exercício 1.


Sorteio: cada participante recebe uma "dupla" aleatória para criar essa cena-conversa. 


Não há a necessidade de "apresentar" ou "findar" o conflito apresentado pelos diálogos nessa cena criada nesse exercício, como se pegássemos apenas parte de uma conversa já iniciada (ou só o seu inicio - conclusão).


A PORTA E A JANELA - Texto de Isabella Antunes


Após um tempo dedicado à escrita (25 minutos), fizemos uma "roda de conversa" para compartilharmos os textos escritos e as impressões afloradas por essas dramaturgias. 


Quarta Proposta:
Pense no seu corpo¹.

Que corpo é esse?

Quais histórias, memórias, sonhos, angústias, esperanças, amores, desamores, sensações, ..., habitam essa matéria-existência.


Agora, imaginem: se duas partes do seu corpo pudessem conversar.

Em que circunstância?

Onde?

E qual diálogo nasceria nessa situação? 


A leitura dos frutos desse exercício ficou marcada para o dia 17/09/2020. 

__________________
¹ enunciado inspirado numa proposta descrita pela professora Marina Marcondes Machado no texto "Dramaturgias múltiplas e as culturas da infância e juventude: criação nos modos de aprender e ensinar na licenciatura em teatro da UFMG". A quem sem interessar, ele está disponível aqui < http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/textosfcc/article/download/5542/3581>

Primeiro encontro: exercício experimentado (10/09/2020)

 PRIMEIRO ENCONTRO:


Imagine: sua vida será transformada em uma peça. Qual seria a sinopse dela?

(em até cinco linhas)


(em até três linhas)


(em uma linha)



ALGUNS EXEMPLOS DE TEXTOS ESCRITOS:


ATÉ 5 LINHAS:

Um garoto nasce sem saber o que fazer, e assim vive em apneia até se assustar com a vida. Dedicado à não ser tudo aquilo que sua mãe simboliza, sai de casa e dá de cara com o algoz de tudo aquilo que lhe esconderam por tanto tempo. Começa a viver ao lado de uma trupe de teatro, até descobrir que fugiu com o “circo”.


Essa é realidade, vivida por uma menina que sonha ser uma artistas completa. Dançando, desenhando, escrevendo, cantando... Encontra-se  um governo que veta sonhos, que para eles não gerem renda... Será que ela vai vencer esse obstáculo? Vai vencer este sistema opressor.



ATÉ 3 LINHAS:

Uma garrafa de líquido duvidoso, cadernos e livros jogados e uma vontade de gritar para o mundo sobre seus desejos, uma história de altos e baixos sem fim definido.


Uma menina abandonada pelos pais, no interior de Minas se  vê adotada por uma família da capital. Será que ela terá futuro? A menina alegre e brincalhona vai resistir a essa nova realidade?


Um menino com muita revolta no coração e ódio  Tá em busca de mudanças gosta de adrenalina Sem nada pra fazer e paixão por música decidiu escrever músicas


Ela pensou em correr, mas acabou caminhando em passos lentos pela vida. Ela pensou demais, sentiu demais, sonhou demais. Mas ainda procura por algo que não sabe o que é.


1 LINHA:


Um desejo de aprofundar no mundo e um medo de ser fraco.


Paralisado no dilema de ser ou enlouquecer, um idiota alveja ideias em uma parede.


O dia em que Oxumarê desceu na Terra.


Aspirante à escritora, através de um trabalho em uma editora renova suas possibilidades e se sente mais aberta para o mundo.


Em breve, retomaremos essa sinopses em outras propostas de escritas dramatúrgicas.

A partir delas criaremos cenas, diálogos, personagens, narrativas, roteiros de improviso e outros formatos de dramaturgia (sonoras, visuais, etc).


terça-feira, 15 de setembro de 2020

O inicio dos encontros



Tivemos nosso primeiro encontro no dia 10 de setembro de 2020, o interessante é que percebemos juntes que estamos em um ciclo grande e de vários desejos, nossos pensamentos vão de performance ao audiovisual. Uma galera jovem e movida pelo desejo de conhecer e desenvolver praticas de escrita.


Mesmo com algumas pessoas com mais experiência e outras com passagens curtas pelo teatro, observo que a turma está bem equilibrada nesse primeiro momento. Creio que os próximos encontros vão ser muito produtivos e cheios de emoção.


Escrever, aprender e passar o que penso sempre me move, essa oficina tem tudo isso e me faz ficar ansioso para os próximos capítulos dessa saga de entender o outro é a mim mesmo pela escrita.


Quem eu sou hoje? Como sou? Pra onde essa prática de escrita vai me levar? São perguntas que espero responder durante esse nosso processo.


Veec Santos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Primeiro Encontro

Ontem, eu me senti em casa desde o momento em que falei meu primeiro "oi" com sorriso torto e radiante. Ora, eu comecei entusiasmada e terminei mais ainda! Mesmo com o sono batendo na porta e dizendo: "Já chega, né, senhora?". Ignorei-o bravamente. 

Meu tio, uma das minhas maiores inspirações nas artes e na filosofia, me disse uma vez que eu encontrarei o que fazer quando negar o sono para continuar a fazer tal coisa. Você poderia disser então: "Nossa, então sua alma é do teatro! É o que você nasceu pra fazer!" e eu responderia: "Na verdade, não sei." kskdks. Porque no fundo, acho que a tal coisa que me fez querer continuar até que o Sol engolisse a Terra e nossas vidas acabassem, foram vocês. Cada um de vocês.

Não vou negar que a escrita foi um ponto importante. Eu amo escrever, afinal. Mas também amo pessoas. E antes mesmo de ouvir suas vozes ou ver seus rostinhos lindos, eu sabia que vocês seriam pessoas incríveis. Responderem aquele questionário do Raysner afinal skksksksksk.

Enfim, pessoas... Torço para que esse laço que estamos a formar vá muito além dessa oficina. Que no futuro possamos nos encontrar pessoalmente (CORONA NÃO EXISTIRÁ MAIS, AMÉM) e nos lembrarmos desse período mágico que estamos vivendo em meio ao caos. Muito obrigada todos vocês! ❤

~Laura
Ainda que recente, as sensações que senti ontem, há tempos não sentia. Foi quase que como subir ao palco, sentir o refletor no rosto ou ficar na coxia pensando em merda, merda, merda prestes a entrar em cena. Eu fui feliz, eu estou feliz. O início dessa jornada me reacendeu uma chama que tava apagadinha por cá e quase sem forças para se sustentar. 

A escrita tem esse poder, né? Faz a gente embarcar e revisitar tantas coisas, na mesma proporção que nos embala para viver um mundo novo. 

Vou me ater a poucas palavras, hoje, pois ainda estou em êxtase com tudo que rolou e com tudo que minha imaginação é capaz de pensar que irá rolar. 

Obrigado, Raysner pela atenção e delicadeza na condução. Obrigado, companheiras e os companheiros que,  mesmo de longe e virtualmente, estão, comigo, abraçando essa empreitada. Costumo não usar a palavra gratidão, pelo uso indevido e a fama que essa palavra ganhou nos últimos tempos, mas não acho sinônimo melhor para expressar minha mais genuína gratidão por tudo isso. 

Avante companheirxs, a vida não para. 
Forte abraço. 
Raul.

domingo, 6 de setembro de 2020

Nomes

Passei os últimos três dias mergulhado nas respostas dadas pel_s jovens no formulário de inscrição. Fiquei de cara, achando incrível, instigante, cheio de vontade e também numa enrascada de fazer uma seleção a partir do que el_s enunciaram naquele (pequeno)espaço de expressão. Pensei em fazer um sorteio, mas vi que essa metodologia não contemplaria alguns aspectos que me são caros desde a escrita e proposição do projeto ao BDMG Cultural, tais como: diversidade territorial (gentes de diferentes partes de Minas); diversidade étnico-racial; gentes de todas as idades enunciadas no recorte que me propus a trabalhar e, por fim, diferentes experiências de vida. Ao longo dessa imersão, criei também outro critério: como cada pessoa enuncia seu desejo de participar dessa jornada? Quais são as latências  que trazem cada um_ até aqui? Tentei selecionar aquelas respostas que, ao seu modo, deixavam transparecer mais o interesse e a urgência de vivenciar, neste momento, esse conjunto de práticas de escrita dramatúrgica que pretendo desenvolver com os coletivos a partir de quinta feira, dia 10/09/2020.


Ressalto: a princípio, meu intuito era trabalhar com 12 jovens. Ampliei, diante de respostas tão cheias de vida, curiosidade e desejo de arte, para 38 (contado com _s 2 artistas convidad_s). 

Como eu disse anteriormente:
A JORNADA DE SETEMBRO A OUTUBRO: vivenciará 14 encontros, a partir do dia 10 de setembro. Escrevo para vocês amanhã contando detalhes do primeiro encontro. 
A JORNADA DE OUTUBRO A DEZEMBRO: vivenciará outros 14 encontros, a partir do dia 16 de outubro. Escreverei para vocês na quinta, contando o que vocês precisam fazer até lá!

No mais, muito obrigado a geral pelo interesse.
Já estou por aqui buscando formas de viabilizar outras oportunidades de contemplar mais pessoas com essa iniciativa.

Vamos aos nomes?

JORNADA SETEMBRO - OUTUBRO

ARTISTA CONVIDADO: Vec Santos

Nayara Demétrio,

Bárbara Moreira,

Sofia Rodrigues

Miguel Sabariz

João Matias

Pedro Natan

Virginia Santos,

Felipe Gontijo

Ana Moreau

Pedro Rocha

Rafael Ribeiro

Laura Almeida

Amanda Santos

Raul Ferreira

Alice Danielle

Isabella Antunes

 

JORNADA OUTUBRO – DEZEMBRO

ARTISTA CONVIDADA: Nívea Sabino

Flávio Madeira

Giovanna Lopes

Kamile Eduarda

Geovanne Eustáquio

Layra Rodrigues

Brenda Fernandes

Raíssa Hellem

Raquel Gomes

Anna Oliveira

Sofia Buosi

Amanda Arruda

Vito Alexandre

Isadora de Sousa

Lara Araújo

Lucas Santos

Felipe Abreu

Maressa Gomes

Ana Carla

Gabriel Ralf

Ana Lima

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Composição

Na última sexta feira, dia 27/08, participei da primeira reunião de tutoria do projeto com a Grace Passô, assessorada pela Nina Bittencourt. Junto comigo, também foram orientadas as artistas Priscilla Natany e Lucimélia Romão que estão trabalhando na escrita de uma dramaturgia partindo do mito de Antígona e da luta das Mães de Maio do Brasil. Foi uma reunião muito significativa: primeiro porque foi um contato mais próximo com a Grace. Conhecer o projeto da Priscilla e da Lucimélia, ouvir o relato delas sobre as atividades das Mães de Maio e sobre as outras referências que elas têm pesquisado também foi enriquecedor. Por fim, em orientação, Grace me deu uma ideia: falei sobre meu desejo de abrir, ao invés de uma, duas turmas para contemplar mais jovens que demonstraram interesse em participar. Grace então me sugeriu abrir, sim, duas turmas, mas num primeiro momento trabalhar com um grupo e, na segunda metade do tempo de desenvolvimento da proposta, trabalhar com o outro.

Assim: de setembro a segunda metade de outubro, estarei com um coletivo. A seguir, trabalharei com o outro até a metade de dezembro.  

Encerrei as inscrições no dia 31 de agosto. Quarenta e quatro jovens manifestaram seu interesse em participar dessa experiência. Como disse na postagem anterior, as respostas dadas ao formulário às perguntas lançadas no formulário são instigantes. Vem por aí jovens curios_s, engajad_s, com repertórios  diversos e de diferentes partes do estado. Muitos amantes da literatura, outros do cinema. Um grupo possui experiência com Teatro. Alguns já transitaram pelas outras artes. Gente querendo se conhecer, aprofundar o que já conhece sobre dramaturgia e trocar ideia a respeito de arte, teatro e vida. 

Até sábado contarei aqui quem estará em cada grupo. 

Pensando nas implicações que esses coletivos aumentados me trarão, infelizmente não poderei trabalhar com tod_s (pensei em compor um coletivo com 17  jovens agora e  20 no próximo grupo). Todavia, tal demanda já é uma chama para que o projeto possa ganhar continuidade contemplando outras juventudes (de outras partes do Brasil, inclusive). 

Ainda não estabeleci quais critérios adotarei. Tenho pensado em utilizar o mais justo de todos: sorteio. No sábado, conto o que arquitetei para fazer essas escolhas. 

44 jovens: vários universos possíveis


Uma reflexão...

Quero compartilhar com vocês uma reflexão que a fala de Sr. Miguel me trouxe. Estávamos somente eu, Miguel, Yaya e Virginia na chamada e tin...